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Poemas de Resistência - Liliane Cirino Vieira

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RESISTIR

Grandes soluços dos violinos de outono

Trazem primaveras frias e quentes atordoantes

Sereno insurreto

Não permite esquecer

Que sombras vis querem varrer os sonhos

Dilaceram seu peito

Mas, os sonhos voam para lugares inalcançáveis

E o suspiro leva a vertigem e o medo

Levantamos nossa coragem na marra

E arranjamos força para nossas bandeiras

Olhe firme, menina

A guerra está no estômago agora

Enquanto bebem seu sangue

E comem sua cólera

Beba suas lágrimas e coma sua dignidade

E cuspa fora a derrota

Porque crescendo está sua fúria

Devorando a terra que treme

Para expulsar os demônios sem face

Liliputianos

Alimentando o fogo das cavernas dia e noite

Até que o impossível se torne inevitável

Porque o que é certo não se apaga

 

PREFÁCIO

 

Conheci a Liliane em 2016 em meio às lutas nossas de cada dia, lutas políticas, lutas sociais, lutas econômicas, lutas emocionais e outras tantas que aparecem, como que do Nada. Seis anos apenas? Sim, apenas seis anos foram suficientes para sentir o potencial de uma mulher de lutas que luta todas as lutas não apenas com as armas que estiverem disponíveis, à vista. Se não houver armas e mecanismos de defesa à vista Liliane os busca, em verdadeiro estado de insurreição porém serena, obstinada porém flexível. Liliane luta de forma aguerrida, desde a sua meninice, quando sequer sabia o significado do verbo 'lutar' ou o significado do substantivo 'luta'.

Suas histórias levam seus ouvintes a paisagens marcantes nas quais uma jovem menina esperneia, luta pela vida, e sabe, e sente que tem um papel a cumprir nessa vida. Nada, ou quase nada escapa da penetrante percepção de Liliane, uma percepção que ela transforma em cativantes poemas, em envolventes relatos verbais ou escritos que encantam seus leitores, amigos e ouvintes. As paisagens da vida de Liliane são muitas e diversificadas, ora ensolaradas ora cinzentas, ora plenas de alegria, ora tumultuadas pelo medo do desconhecido. O tipo de existência que foi dada à Liliane determinou a sua consciência – um tipo de consciência que a faz querer saber em profundidade as razões, motivações, ímpetos que mobilizam os indivíduos e os fazem sentir as mais diversificadas emoções diante da vida.

 Seus poemas seguem a mesma dinâmica de suas histórias contadas verbalmente. São poemas que dialogam com significados. Significado do que acontece em todos os aspectos da vida, seja emocionalmente, pessoalmente ou politicamente. Significado do amor, da amizade, do Saber, da dor, do prazer, da alegria, das angústias todas do nosso tempo. São poemas cujas palavras deixam explícita a resistência em todos os fronts, levada a cabo por Liliane desde sua mais tenra infância. Seus poemas nos trazem à mente a luta sofrida das maiorias oprimidas, dos trabalhadores precarizados e submetidos a um inescapável processo de alienação. São poemas que colocam luz sobre as enormes dificuldades impostas às mulheres simplesmente pelo fato de serem mulheres. São poemas cujas palavras nos remetem aos sentimentos do povo negro e suas angústias, do racismo e preconceito que provocam uma nauseante reação em pessoas sensíveis e sensatas. Tal qual Liliane.

Os poemas de Liliane nos fazem sentir a dor da perda de um amor e também a indizível alegria de amar e se sentir amado. São poemas que convidam a nos unirmos em prol de uma resistência e uma luta na busca incansável por um tempo melhor, um tempo onde poderemos existir, pensar, sentir e expressar tudo isso sem medo de sermos julgados, sem qualquer vergonha por mostrar nosso interior. Vale a pena ler Liliane, conversar com Liliane, sentir Liliane. Recomendo a todas, todos e todes.

 

Wilma Olmo Correa 

Tradutora

 

 

BIOGRAFIA

 

Liliane começou a escrever poemas na escola, aos doze anos de idade, tendo suas poesias destaque no jornal estudantil.

É graduada em História, licenciatura e bacharelado, pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e trabalha como professora na Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais.

Sua formação acadêmica inclui ainda especialização em psicopedagogia clínica e institucional e é mestranda no curso de pós-graduação em História na UFU.

Atua também na área do movimento feminista, além do movimento sindical e cultural na cidade de Uberlândia.

 

SOBRE A OBRA

Como não se envolver com “Poemas de Resistência” da artista incrível, professora, ativista Liliane Cirino?

Sua poesia sensível, intensa, engajada denuncia as mazelas do mundo e nos lembra que a arte e a cultura são condições para nossa existência.

A poeta enlaça as dimensões da vida pessoal e política, rasgando o verbo para falar de opressões e desigualdades.

Ao mesmo tempo nos convida a imaginar outros porvires, onde o amor, a alegria e a justiça possam fazer festa.

Lili acredita no vermelho, nas mulheres, na Revolução.

“As sombras vis querem varrer os sonhos/ Dilaceram seu peito / Mas, os sonhos voam para lugares inalcançáveis”.

É nestes lugares que não existem mas que podem ser construídos que Liliane coloca sua

energia poética.

Eu a admiro muito e sua poesia é irresistível.

Jorgetânia da Silva Ferreira

é mãe, professora da UFU

e ativista por Direitos

 

Copyright © 2022 Todos os direitos reservados à autora


Título: Poemas de Resistência
Autora: Liliane Cirino Vieira
Apresentação: Jorgetânia Ferreira
Prefácio: Wilma Olmo Correa
Revisão: Cleusa Bernardes
Preparação de texto: Cleusa Bernardes
Projeto Gráfico: Thiago Carvalho
Foto da autora: Cristiano Barbosa
Editoração: Thiago Carvalho
Ilustração de capa: Liliane Cirino Vieira

Conselho Editorial:
Cleusa Bernardes, João Carlos Biella,
Robisson Sete, Sergio Bento, Thiago Carvalho



Poemas de resistência - Vieira, Liliane Cirino
1ª edição - 104 págs. - Uberlândia, Minas Gerais - 2022
ISBN 978-65-88075-28-9

 

 

Contatos:
[email protected]
@lilianeuberlandia