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Pele Que é Pele - Lucas Pires

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Os livros são vendidos autografados e com dedicatória ao leitor e vem acompanhados de um BRINDE, um adesivo 8x10cm colorido de uma das ilustrações que o compõe.

 

“[...] não sou formado só por intenções, mas também pelas realidades que me cercam e que talvez sejam elas que de fato me constituem em algum momento. O amor muitas vezes me soou como o escape dessas realidades.

Hoje ele se apresenta como a força que sobressai a elas e que me faz ficar de pé, forte e ciente de quem sou. A ideia do amor me foi contada errada. Foi formulada por gente que não era como eu. O amor que hoje contam não veio da realidade dos meus ancestrais. E mesmo tendo chegado a mim uma narrativa avessa, posso senti-lo, posso vivê-lo, posso tocá-lo. Ainda que compreendido de modo diferente, sinto em mim que todas as vezes que ele não foi possível, foi por não entender que o amor em seu modo puro até pode ser igual para todos. Mas funciona diferente do lado de cá.”

 

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PREFÁCIO

O que nos resta é amar

 

“Querer escrever o amor é enfrentar a desordem da linguagem: essa região tumultuada onde a linguagem é ao mesmo tempo demais e demasiadamente pouca, excessiva (pela expansão ilimitada do eu, pela submersão emotiva) e pobre (pelos códigos sobre quais o amor projeta e nivela)” – Roland Barthes

 

            Sempre que me pedem para escrever um prefácio, penso no que o autor gostaria que eu escrevesse. Sem a tentativa de reduzir a complexa obra de Lucas Pires às minhas palavras, escreverei esta breve apresentação, não somente sobre o livro que agora você tem em mãos, mas a partir da afetação que este livro me causou.

Pele que é pele, primeiramente, nos coloca um desafio: entender o amor em todas as suas fases e complexidades. Um processo que se assemelha, de certa forma, ao luto. Aqui, o eu lírico de Lucas, ao narrar essa dura e difícil história de amor, enfrenta, o tempo todo, a desordem da linguagem, da qual Barthes se aproxima. Não entendamos isso como um aspecto negativo sobre a obra, nem sobre a poética de Lucas, mas sim um constituinte essencial do que nos torna humanos. O amor em todas as suas desordens, o que nos faz perceber que o amor também dói, também faz sofrer, porque, afinal, o amor é um afeto e não apenas um sentimento.

Considero importante a noção de que o amor é muito mais que um sentimento, amplamente trabalhada por bell hooks, para que não nos rendamos às armadilhas neoliberais que cooptam o amor e nos faz crer que se trata de algo meramente sentimental. E não é isso que a história de Pele que é pele nos revela.

Ao longo destes poemas – e este prefácio não tem a mínima intenção de apresentar um panorama sistemático do livro – temos o privilégio de adentrar uma história que requereu coragem para ser escrita. Li e reli estas páginas como quem busca por uma voz, como quem quer gritar ao mundo: AMAR DÓI, MAS O AMOR NOS É NECESSÁRIO. Arrisco-me dizer que, pelas razões já mencionadas, este livro se insere em uma longa e importante tradição poética, a do discurso amoroso. Afinal, nós só falamos de amor. E morte.

É necessário mencionar, também, a forma pela qual este livro é escrito. Aqui, não há a busca de uma forma do poema, mas sim uma escrita que se coloca a serviço da coragem do artista, do autor. Lemos, então, poemas em prosa, poemas em verso, poemas em imagem, poemas que negam uma forma específica, justamente porque são poemas, também, que buscam capturar a desordem inevitável do discurso amoroso.

Hei de confessar: muitos foram os momentos em que eu mesmo me identifiquei com a narrativa. A escritora Laura Cohen costuma dizer que um bom livro é aquele que nos convida a escrever. Pele que é pele cumpre, com admirável maestria, esta árdua tarefa. Por que não escrever, também, a partir destes poemas, a sua própria história de amor?

Enquanto poeta, escrevo este prefácio na tentativa de descrever minhas afetações, sem realizar análises ou críticas literárias, sem reduzir nada às minhas palavras, sem me conformar, portanto, com os rumos que esta história tomara. Este livro pode começar aqui, mas termina somente quando assim decidirmos. E poesia é uma forma de continuar sobrevivendo.

Em última análise, este livro é um objeto, como toda obra. Ele cumpre uma função importante na literatura, nos coloca questões, nos faz sentir raiva, medo, admiração. Tudo isso faz parte de uma obra. É sempre um prazer acompanhar a insurgência de um brilhante poeta como Lucas Pires. Mas que não deixemos esta história morrer aqui, afinal, como a autor nos diz, “o que nos resta é amar”, mas o que nos resta, também, é biografar nossos próprios amores.

Amores fluviais. Amores imprevisíveis. Amores conflituosos. Amores gostosos. Amores que nos fazem gozar. Amores que não nos deixam amar senão o amor. Amores são amores. São flores roxas. E um dia eles podem acabar.

 

viníciux da silva

Rio de Janeiro, abril de 2022

 

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APRESENTAÇÃO

 

Assim como Clarice buscava transfigurar sua experiência estética visual das Artes Plásticas em um emaranhado de frases totalmente arrebatadoras e existencialistas, o autor de ‘Pele Que é Pele’ se utiliza dos recursos contemporâneos do cotidiano para sugar o leitor de sua própria realidade e transportá-lo para dentro de sua história narrada em versos.

Mas não só isso. Da mesma maneira com que Caio Fernando Abreu indica algumas canções durante a leitura de ‘Morangos Mofados’, aqui nos é proposto algo semelhante, mas que vai além. Durante os capítulos, cada canção sugerida dá a harmonia e o toque final no todo, além de ser elo de ligação para vários pontos que vão se conectando no decorrer das páginas. Lucas Pires não tem medo do número de páginas que parecem demais para um livro de estreia e não se preocupa com a necessidade de categorizá-lo como poesia, prosa, ou seja lá o que for. Não hesita nem por um instante ao escancarar uma narrativa que

nos leva das entranhas à superfície variadas vezes. Ele não tem medo de sentir e não tem medo de que você sinta demais. É isso que ele faz, te arranca do ordinário e te joga num infinito de possibilidades poéticas. É isso que ele é. É poesia de som, de toque, de visual, de poesia. Daqui para frente, um novo caminho de descobertas se abre na literatura brasileira.

Vem?

 

Alanna Fernandes

Poeta, escritora, fotógrafa

 

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SOBRE O AUTOR

 

Lucas Pires, viado, preto e mineiro criado na periferia de Uberlândia, nascido no final do Inverno de 1990, aos 9 dias de setembro. Por sua dimensão "de exatas", se graduou em Química Industrial em 2012 e se tornou mestre em Química em 2018, pela Universidade Federal de Uberlândia, onde também é servidor, técnico de laboratório.

 

Na sua dimensão "de humanas", cursa hoje a graduação em Psicologia pela mesma instituição.

 

Militante organizado no movimento sindical da sua categoria. Ama música, samba e cerveja e, pelos bares, é por vezes chamado de poeta.

 

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Copyright @2022 Todos os direitos reservados ao autor

 

Título: Pele que é pele

Autor:Lucas Pires

Ilustrações: Gabriel Mota

Apresentação: Alanna Fernandes

Prefácio: viniciux da silva

Revisão: Cleusa Bernardes

Preparação de texto: Guilherme A. S. Gomes e Lucas Pires

Editoração: Thiago Carvalho

Projeto Gráfico: Jeferson Maurício

Foto do autor: Milton Júnior

 

1ª edição – 176 págs. – 14 x 21 cm – Miolo papel Avena 80g – Capa e miolo 4 cores

Uberlândia, Minas Gerais – 2022

 

Contato

@uailucaspires

[email protected]

 

Livro incentivado pelo PMIC - programa municipal de incentivo à Cultura da Prefeitura de Uberlândia (MG) através da Secretária Municipal de Cultura e Turismo