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A poética do Dito Sem Ponto

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VOZ EM RISTE, AMOR DIÁRIO

Enzo Banzo
Músico e escritor

Movido pela vida, depois de tanta perna batida, de tantos livros artesanais – porta em porta, bar em bar – e de uma primeira grande obra editada em estreia, Robson Camilo nos alça ao seu próximo passo: A POÉTICA DO DITO SEM PONTO.
Ao ler o texto do poeta, escuto sua voz; quando o ouço, leio a rua. O poema está pavimentado com precisão; a vida, não: “Flutuando sobre o nosso quarto / Aquela poesia sobre a falta do asfalto”.
Robson Camilo é consciente do lugar de onde se projeta, como texto, pessoa, coletividade: “poeta marginal”, “poeta periférico”, “poeta de rua”, assim se auto denomina. O direito à poesia é o engajamento de sua luta diária. Nessa batalha, quem o provê é a arte que pulsa no corpo, motor de sua caminhada, arma de seu embate com a vida e com as palavras:


Há uma vontade de vida
Que berra, se debate, aflição
E nessa vontade a arte grita
Continue, continue, desista não!

Pescando palavras dessa estrofe, compreendemos muito da poética de Robson e de seu dito sem ponto: “vontade”, “vida” e “arte” vibram no mundo o seu desejo de existência; “berra”, “grita”, voz-ação-reação projetada de seu lugar periférico; “debate”, “aflição”, entre as agruras e a esperança; “continue”, “desista não”, eis o retrato do poeta resiliente, a postos no ringue da vida, poema tatuado no braço, olhos faiscantes, voz em riste.
Essa força vital recria o mundo em versos; as adversidades são transformadas, nossos olhos marejam:

Meu primeiro verso rimado
Foi incentivado por uma analfabeta
Minha Avó ajudou-me a ser poeta
E neste sonho traçou meu fado

Os passos de Robson são sustentados pelo amor e pela ancestralidade; querem chegar ao máximo de si mesmo; carregam em si a própria história, entoada com orgulho. Esse ponto-ápice – a sabedoria de Robson nos conta – está escondido e escancarado nas singelezas do cotidiano:
Mamãe com seu avental floral já cantarolando Alcione
Prepara a massa do laranja bolo de cenoura
O amor é diário, daí brota a matéria poética dos ditos de Robson Camilo. O sujeito lírico projeta seu canto diante da musa, não de um lugar distante e elevado, mas de sua cama, a seu lado:

Temo tocar meu violão
E ele se recusar a emitir o som
Por saudades de sua versão
Descabelada e sem batom

Munido desse amor, o poeta sai pela cidade, pescador urbano, catando e derramando poesia; os versos são passos; os passos, versos: “voava sobre a sola do All Star”. Nessa jornada, em algum momento vamos nos encontrar, eu, você, Robson. E ele nos acenderá:
Se permita, seja a alma que medita
E insista a admirar, no espelho, quem te ama
Aumenta esta chama e chama todos a te ouvir
O poema está dito, bendito. A poesia, nunca terminada. Sem ponto, aberta ao pescador, ao ouvinte, ao leitor, na caminhada.

Eu fui,
Eu vou
Preto pretendo ficar
Fazendo o que amo
Sou poeta
E não reclamo
Se ninguém não gostar

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Copyright © 2023 Todos os direitos reservados ao autor

Título: A poética do Dito Sem Ponto
Autor: Robson Camilo
Apresentação: R Jay
Prefácio: Enzo Banzo
Ilustrações: Robson Camilo
Ilustração de capa: Emílio Sene
Revisão de Texto: Cleusa Bernardes
Projeto Gráfico: Thiago Carvalho

Conselho Editorial:
Cleusa Bernardes, João Carlos Biella,
Robisson Sete, Sergio Bento, Thiago Carvalho

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

C183

A poética do dito sem ponto
Camilo, Robson

1ª edição - 120 págs. - 14x21cm - Uberlândia - Minas Gerais - 2023


ISBN 978-65-88075-46-3

I.Literatura Brasileira II. Poesia III. Título
CDD B869.1 CDU 82.1
Contato
[email protected]
@poeta_robsoncamilo 

 

INCENTIVO: PMIC Programa municipal de incentivo à Cultura de Uberlãndia