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Verdade Provisória - Samuel Giacomelli

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SAMUEL GIACOMELLI se aventura na arte desde menino, buscando sempre reinventar o chão onde pisa. Nasceu no meio do Sertão Pequeno por parto normal com ajuda de fórceps e orações. Hoje é artista em horário integral e ainda se dedica a carreira pública, como Gestor Cultural. Quando pequeno tinha por certo que o mundo terminava no final da rua, até onde alcançava seu olhar. Por isso rabiscava caminhos o dia todo deitado sobre o tapete verde da sala, comendo biscoito e assistindo TV. Por vezes, coloca(va) algum Long Play pra rodar, herança da vovó. Inventava dos sons e imagens personagens que ficaram guardados dentro de potes de maionese depois que saiu de casa e percebeu que o fim do mundo era um pouco mais longe do que imaginava. Seus olhos alcançaram novos horizontes. Descobriu que podia levar brincadeira a sério. Foi membro fundador de várias ideias extintas. Foi membro extinto de várias ideias fundadoras. Subiu ao palco pela primeira vez em 1998 e quedou-se embasbacado. Buscou especializar-se nesse embuste. Saiu da universidade especializado (Artes Cênicas – UFU), mas não se atrelou a um único papel. Continua a rabiscar caminhos. Fez, experimentou, provou, escreveu, desenhou, instalou, fotografou, cinemou, performou, dançou, politizou, palavreou, contatou, improvisou, palhaçeou, musicou, trompetou, tentou, tentativou, retentativou, reretentativou, relativizou. Foi, é, e será sempre parte de toda essa Verdade Provisória.

 

VERDADE PROVISÓRIA, por Guimarães Lobo

“No começo era o verbo...”

E o Poeta cria o Verso do mesmo Verbo que o criou. Assim se inicia a saga de Verdade Provisória. As palavras de Samuel* podem ser vistas como azeite a ungir Reis ou mesmo sentenças proferidas pelo mais benevolente dos Juízes: “... quando mendigaste poesia/ Te indiquei a febre.” Ou ainda verdades anunciadas pelo primeiro dos profetas: “Mirar o passado é/ na areia, os passos/ ver o vento apagar” – “E o que cabe na palma da mão?/ Vazio em forma de vão... Aberta cabe/ Tangente do Universo.”

Verdade Provisória poderia ser uma Ode à própria existência do Poeta. As cantigas, as memórias, a crônica dos dias... É o olhar do Poeta e sua boca fala. Boca de cena. Olho do mundo.

Mas é quando as tempestades chegam que nossas almas de hoje se inquietam como roupas no varal. A Poesia de Samuel tem cheiro de chão. Cheiro de terra molhada com água de chuva – de tempestade.

E qual o melhor fim de tudo? Amar.

Amar a casa, a pera, as pernas; amar a Leoa e a Sereia. Amar as asas e os amigos; amar até o fim

Um Ipê Azul.

(*Nota do Prefaciador: Samuel, filho de Clarice e Alairto; neto das casas de Pedro e Elvira; Gilberto e Julia – morava na região de Sertãozinho paulista, para depois se radicar no Sertão da Farinha Podre e desbravar o Cerrado com atos e palavras.)