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Rasgos, esperas e outros dizeres do corpo - Maaruade

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Copyright @ 2021 Todos os direitos reservados à autora

 

Título                                                          Rasgos, esperas e outros dizeres do corpo

Autora                                                        Maaruade                                                           

Apresentação                                             Bárbara Ferreira

Prefácio                                                      Beatriz Rocha

Revisão ortográfica                                    Cleusa Bernardes 

Preparação de texto                                  Thiago Carvalho

Projeto gráfico                                           Thiago Carvalho

Imagens                                                     Maaruade

                                                                                                                                                                                                                                    Editora Subsolo

www.editorasubsolo.com.br

[email protected]

Uberlândia - Minas Gerais

Conselho Editorial:

Cleusa Bernardes, João Carlos Biella,

Robisson Sete, Sergio Bento, Thiago Carvalho

 

                                                                               Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

 

M111r

          Rasgos, esperas e outros dizeres do corpo

         Maaruade  

1ª edição – 96 págs. 14x21cm – Uberlândia, Minas Gerais - 2021

          ISBN  978-65-88075-05-0

          I. Literatura brasileira II. Poesia

CDD B869.1                                                                                                                                                                          CDU 82-1

 

Contato

[email protected]

 

Sobre o livro

 

UM DÉBUT DE LIRISMO E REBELDIA

 

 

porque uma mulher boa

é uma mulher limpa

e se ela é uma mulher limpa

ela é uma mulher boa

 

Angélica Freitas

 

Mergulhar nas páginas de "Rasgos, esperas e outros dizeres do corpo" é como abrir a porta de uma casa antiga com paredes descascando que evocam memórias. Entre os escombros da casa abandonada mas resistente, porta-retratos esquecidos, madeira gasta, poeira, opacidade e embolorados. É uma casa antiga mas que conserva suas luzes acesas, que perdura no tempo, mesmo à sua revelia.

Fissuras, arranhões e cicatrizes - materialidades que, apesar de efêmeras, contam histórias perenes. Sempiterno é o sofrimento das nossas, entre costuras e dilaceramentos. A voz do poema grita lirismo e rebeldia, lirismo e putaria. A produção de imagens de uma natureza tímida e dócil se constrói em contraste com o corpo-tempestade que relampeja obscenidades cruas.

Cadelas de costelas chutadas depois do cio, vacas encurraladas para o abate, tulipas, amoras, pêssegos, figos, baunilhas e flores azuis turquesas. Pois se na vida não há mesmo separação entre o belo e o pútrido, porque haveria de existir dentre os versos de Maaruade?

Aqui habita um corpo-personagem, corpo-casa, corpo-fêmea, corpo-batalha: escombro de guerras de séculos atrás. Obra para se ler, reler, tresler - em camadas, nunca se esgota, e merecerá novos olhares enquanto o mundo for destroços de uns e de outros. A divindade-poema nos coloca num labirinto viciante, escorregando no lodo que suja mas encanta.

Entre violências e afagos, esse livro é repleto de ossos, peles, dentes afiados, braços e pernas, cartilagens, músculos, sangue, peles finas de virilhas e joelhos que se dobram. Línguas e mãos. Corpo faminto e desesperado, pronto para nascer. Ronda um clima de medo, morte, putrefação e caos. Mas não sejamos injustos, há muita vida por aqui. Entre os escombros corre um rio tímido mas pulsante, que quer inundar o mundo com suas correntezas agitadas e por isso belas. Terra fértil e suas sementes, um corpo-festa e seus banquetes. Delícia, desejo, deleite, prazer.

Às vezes com ironia, às vezes com cinismo - mas sempre com sinceridade - a poeta nos submerge para um reino da linguagem onde o banal é simbólico, fruto de um cotidiano letárgico e sorumbaticíssimo. Conta-se, em vão, a passagem das horas, dos dias, anos, décadas e milênios. Quanto tempo até o corpo ser livre? Até a pele se esgarçar?

Na impermanência desse "amargo silêncio tátil do tempo", atravessamos abismos e tremores - de terra, de peitos que anseiam por algo que nunca vem. Cru e vil é esse livro de estreia que tens em mãos. Cheio de esperas, cansaços e esquecimentos. Mas afinal, o que o corpo espera? Do que se cansa? Do que se esquece?

De sua própria existência.

É alegre e doída a celebração da chegada desse livro - alegre e doída exatamente pelos mesmos motivos: é a nós próprios que encontramos nesse jogo de espelhos.

É uma dádiva e uma dor ler Maaruade. Que assim seja.

 

 

Fevereiro de 2021

 

Beatriz Rocha, historiadora, poeta e educadora social. Autora de A Mulher Grande (editora Urutau, 2021)

 

Sobre a autora

 

 

 

Esta obra foi composta em papel Supremo 250g (capa) e papel Pólen Bold 90g (miolo), no formato
15cm x 21cm, usando tipologia Azo Sans PRO.
Verão de 2021
Impresso no Brasil