Maionese - Manuel Veronez
Tenho em mãos um livro de poemas denominado Maionese. Ele está dividido em secções.
Na primeira delas, lê-se uma existência marginal, solitária, de uma carência máxima dos mínimos nutrientes. Quiça maionese em saquinho, em caçambas e lixos citadinos: pode vir acompanhada de um corotinho. É o lugar da rua e de fantasmas reais e imaginários.
Pelo trocadilho da segunda parte, entramos no mundo sempre incerto do amor e da sua ausência. A maionese já é outra. A voz dos poemas fala sobre as mesmas coisas de sempre. Parece que quer que mudem, recomecem.
A secção Estrangeirismos se diferencia das anteriores. Surgem outros códigos, mas estranhamente voltam os temas anteriores da solidão e da mundanidade. É uma espécie de retorno que movimenta todo poema de Maionese: os meses, as efemérides. Retorno sempre corporificado de beleza e tristeza. Retorno que surpreende.
Por fim acabei sendo mais um incipit na vida da leitura deste livro. Entretanto deixei o enigma da maionese intacto.
Professor Doutor João Carlos Biella - Instituto de Letras e Linguística UFU
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